O município de Foz de Jordão se encontra no sudoeste do Paraná, a aproximadamente 100 km de Guarapuava, sentido Pato Branco. Localizado na região conhecida como Segredo, sua história é interessante e repleta de lendas, apesar de sua criação ter sido recente (1995).
Afinal, qual é o segredo de Foz do Jordão?
A história de Foz de Jordão começa a aproximadamente 6.000 anos atrás, quando índios nômades ocupavam a região do rio Iguaçu, no terceiro planalto paranaense. Esses índios viviam em constante mudança de local, sempre margeando o rio Iguaçu e seus afluentes na região. Posteriormente, grupos indígenas mais evoluídos, começaram a apresentar uma pequena produção agrícola de subsistência, principalmente ligada a mandioca, e a se fixarem na vasta área que abrange o rio Iguaçu na região.
A história de Foz de Jordão começa a aproximadamente 6.000 anos atrás, quando índios nômades ocupavam a região do rio Iguaçu, no terceiro planalto paranaense. Esses índios viviam em constante mudança de local, sempre margeando o rio Iguaçu e seus afluentes na região. Posteriormente, grupos indígenas mais evoluídos, começaram a apresentar uma pequena produção agrícola de subsistência, principalmente ligada a mandioca, e a se fixarem na vasta área que abrange o rio Iguaçu na região.
O descobrimento do Brasil trouxe as missões colonizadoras, missões jesuíticas, seguidas dos bandeirantes e das missões militares À região. Já por volta do século XVII, essas missões partiam do litoral, interior a dentro seguindo o rumo do rio Iguaçu. As missões jesuíticas geraram muitas lendas pelo Paraná. Conta uma delas, que na época dessas missões, os religiosos que estavam em Guaíra-PR, catequizando os índios, tinham acesso a locais de onde estes retiravam pedras preciosas, e mais tarde com a chegada de bandeirantes nessa região, os jesuítas acabaram sendo expulsos e levaram consigo muitas dessas pedras preciosas. Em seu caminho de volta para o litoral, os jesuítas, exaustos pela longa viagem, pararam na região do "encanelado" do Iguaçu - área próxima a atual Foz do Jordão - e ali deixaram várias dessas pedras preciosas escondidas no local. Com o tempo muitas pessoas procuraram o Segredo dos Jesuítas. Sendo uma das prováveis origens do nome Segredo, no qual seria por muito e muito tempo conhecida, a Atual Foz do Jordão. Outra lenda conta que os índios Tupi Guarani, os primeiros da região, tinham uma espécie de corrente presa a uma rocha por onde alcançavam o rio Iguaçu. Segundo a lenda esses mesmos índios também conheciam os lugares aonde achar pedras preciosas, que as guardavam em panelas de barro.
Já em 1770, o tenente Candido de Almeida Souza, com o objetivo de reconhecer a fronteira platina de Portugal com a Espanha, chegou à margem esquerda do rio Iguaçu, na desembocadura do rio Capivarussu (atual rio Jordão), sendo esta data o primeiro registro oficial de pessoas não indígenas e jesuítas no local. Em 1771, parte de Porto Amazonas-PR, a décima expedição de exploração dos Campos de Guarapuava, através do Rio Iguaçu. A expedição era chefiada por Afonso Botelho que a "tocou" até a região de Porto Vitória, onde o grupo encontrou-se com o agrupamento de Cândido Xavier, e juntos avançaram pelos campos até o Rio Jordão (em área da atual Foz do Jordão), afluente do rio Iguaçu, onde entraram em luta com os índios da região. Só com a fundação da Fortaleza Nossa Senhora do Carmo vêm ocorrer a presença de ocupação não-indígena na região de Foz de Jordão: o local funcionava como um ponto de referência aos colonizadores nessa região do rio Iguaçu. Segundo alguns moradores, era local de passagem, onde os viajantes pernoitavam. Ali começou a nascer o povoado de Segredo (atual Foz do Jordão).
No século XX, aconteceu uma grande mudança na vida dos moradores da vila de Segredo. A instalação de uma imponente e gigantesca fábrica de papel e celulose. Conta a estória, que na primeira metade do século, o antigo proprietário da Fazenda Sinval Martins de Araújo, onde ia ser construída a fábrica, possuía em suas terras uma vasta área pantanosa, que quando o gado passava por este local, suas patas ficavam moles, e com o tempo esses animais perdiam o casco. Conta-se também que o proprietário dessas terras, contraiu uma doença no ouvido, provavelmente um câncer, cujo tratamento só poderia ser feito nos Estados Unidos. Chegando lá, os médicos puderam constatar que o causador desta doença era um elemento químico: o urânio. Após alguns anos, os norte-americanos para cá vieram, e descobriram que o local cercado pelo fazendeiro era uma mina de urânio. Posteriormente a Companhia norte-americana Lutcher S/A, começou a desbravar o local para a instalação da fábrica de pasta de celulose, uma usina hidrelétrica para gerar a energia consumida na fábrica, um aeroporto, e ainda uma grande área residencial para os funcionários, tudo isso a alguns metros do Rio Jordão.
A Lutcher começou a operar em agosto de 1963, transformando-se em um grande evento impulsionador do desenvolvimento da região. Exportava celulose (de fibra longa e branca, que somente a Lutcher produzia em toda América Latina) para o exterior (Argentina, Uruguai e Inglaterra). A vila residencial abrigava então 1.200 operários, e a Vila de Segredo em função desta atividade, chegou a atingir o número de 3.500 pessoas. Em dezembro de 1965 a empresa faliu, causando um forte impacto na economia local. Muitas pessoas que viveram na época dizem que a falência ocorreu devido ao fato de que a Lutcher S/A vinha extraindo clandestinamente "água pesada" (urânio) de suas terras, sem a devida autorização do governo brasileiro. Muitas lendas giram em torno da fábrica. Estórias que Frederic Lutcher Brown, proprietário da companhia, teria deixado um caixão com um tesouro, afundado em baixo das águas do Rio Jordão, na altura em que o rio se encontra com o Iguaçu e forma belíssimas cachoeiras, ainda são contadas por moradores mais antigos de Foz do Jordão. Estes mesmos dizem haver um elevador subterrâneo na fábrica de celulose, que leva até uma mina secreta a metros e metros abaixo da terra, e de onde saía o urânio ou a misteriosa "água pesada", explorado pelos norte-americanos. Os boatos surgiram principalmente pela grandiosa magnitude da fábrica, que praticamente do meio da mata se ergueu num enorme complexo industrial.
Já em 1977, surgem os primeiros trabalhos relativos à Usina Hidrelétrica de Segredo. O povoado começou, então, a apresentar crescimento novamente. A obra foi paralisada até o ano de 1980, quando a Copel se engajou na finalização da obra, e a acabou por construir, além de uma vila residencial para seus funcionários. No período de construção da hidrelétrica, foi absorvida toda a mão de obra local. Com o término da obra, novamente houve um grande decréscimo na oferta de emprego local, o que acabou causando êxodo de parte da população. Só mais tarde com a obra "Desvio do rio Jordão" os empregos voltariam a aparecer.
No dia 10 de agosto de 1993, começou a se formar a idéia de emancipação da vila de Segredo do município de Candói. Foi formada uma comissão de seis pessoas para a emancipação da vila. Depois de alguns messes a comissão para emancipação de Segredo, conseguiu a assinatura de mais de 300 pessoas, a favor da emancipação, e no ano de 1995, foi enviado requerimento a Assembléia Legislativa do Paraná, com especial atenção do deputado Cezar Silvestri, que numa viagem a Segredo reuniu-se com os senhores Zirlei Antonio de Fáveri, Joaquim Vieira da Silva, Francisco Presa e Anselmo Albino Amâncio, que na ocasião decidiram que o nome de Segredo deveria passar a ser Foz do Jordão, mudança que foi posteriormente confirmada através de um plebiscito público. Em 26 de dezembro de 1995, foi criado pela lei 11.250 o município de Foz de Jordão, desmembrando-se assim de Candói.
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